Até janeiro de 2026, o Brasil deverá incrementar cerca de 6 GW de potência instalada no sistema elétrico a partir de usinas eólicas e empreendimentos solares que entrarem em operação comercial.
Os dados são do novo relatório da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), que leva em consideração os resultados obtidos pelas duas fontes nos últimos leilões de energia realizados no país.
Caso se confirme a previsão, a capacidade instalada centralizada dessas duas fontes no Brasil passaria dos atuais 27 GW (21,92 GW de eólica e 5,08 GW de solar) para 33 GW, com uma média de cerca de 1,1 GW sendo ofertados todos os anos ao SIN (Sistema Interligado Nacional).
Neste período, o estudo também destaca que mais de 240 usinas eólicas e plantas solares de grande porte entrarão em operação no país. Ao todo, serão investidos cerca de R$ 34 bilhões para a construção desses empreendimentos.
A maioria deverá começar a operar na região Nordeste, nos estados do Rio Grande do Norte, Bahia, Piauí e Paraíba, onde historicamente a incidência solar e a prevalência de bons ventos para a geração de energia são maiores.
Na avaliação de Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE, além do ganho ambiental e da geração de emprego, o crescimento dessas fontes aumenta a confiabilidade do SIN (Sistema Interligado Nacional).
“A diversificação da matriz ajuda a reduzir a nossa dependência da hidrologia e dos reservatórios de água, que ainda são os nossos principais recursos de energia, e garante um maior conforto para enfrentar impactos em tempos de mudanças climáticas”, explica ele.
A geração eólica é a terceira principal fonte de energia elétrica do país, com 813 usinas. Esse segmento começou a despontar em 2005, influenciado pela redução dos preços dos equipamentos necessários e pela criação de uma indústria nacional de pás e torres.
Já o mercado solar fotovoltaico é mais recente, com alguma representatividade a partir de 2015. Hoje, existem 187 grandes usinas que produzem energia a partir do sol e que são responsáveis por cerca de 1% da oferta para o SIN.