A partir deste mês de julho, os consumidores cearenses enfrentarão um aumento na tarifa de energia elétrica, conforme anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A bandeira tarifária que vigorará será amarela, sinalizando condições menos favoráveis para a geração de energia no país.
O que isso significa na prática é um acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos. Em termos de consumo residencial médio nas áreas urbanas brasileiras, que varia entre 150 kWh e 200 kWh mensais (sem considerar o uso de ar-condicionado), o impacto pode ser significativo para os bolsos dos consumidores.
Segundo a Aneel, a decisão de adotar a bandeira amarela se baseia em uma série de fatores climáticos e operacionais. A previsão de chuvas abaixo da média para o segundo semestre, com uma redução estimada de cerca de 50% em relação aos níveis habituais, é um dos principais motivos. Além disso, espera-se um inverno com temperaturas acima da média histórica, o que aumenta o uso de aparelhos de climatização, contribuindo para uma maior demanda por energia elétrica.
A explicação técnica da agência indica que, diante da escassez de chuvas e do aumento da demanda por energia, as termelétricas, que são mais caras que as hidrelétricas, precisarão operar com maior frequência. Esse cenário é agravado pelo GSF (risco hidrológico) e pelo aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), indicadores que afetam diretamente os custos de geração e distribuição de energia.
Desde março deste ano, a Aneel implementou uma redução significativa nos valores das bandeiras tarifárias, visando mitigar os impactos econômicos para os consumidores. A bandeira amarela, que antes tinha um custo de R$ 2,989 por kWh, foi ajustada para R$ 1,885 por kWh, representando uma queda de 37%.
O sistema de bandeiras tarifárias, que inclui ainda as bandeiras verde e vermelha (esta última subdividida em dois patamares), tem como objetivo incentivar o consumo consciente de energia. Com a bandeira verde, não há custo adicional para os consumidores, indicando condições favoráveis de geração. Já a bandeira vermelha, mais cara, é acionada em momentos de escassez severa de recursos energéticos.
Para os próximos meses, a expectativa é que o consumo de energia continue elevado devido às condições climáticas adversas e ao aumento da atividade econômica. Isso reforça a importância de medidas de eficiência energética e de conscientização por parte dos consumidores, contribuindo não apenas para a redução das contas de energia, mas também para a sustentabilidade do sistema elétrico nacional.
Fonte: G1