Em 2023, o mercado livre de energia elétrica no Brasil apresentou um significativo crescimento, conforme dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). O número de unidades consumidoras nesse segmento atingiu 38.531, representando um aumento de 7.169 unidades em comparação ao ano anterior. Além disso, o consumo de energia nesse mercado alcançou a marca de 24.154 MW médios ao longo do ano.
O faturamento exclusivo da atividade de comercialização de energia no mercado livre atingiu cerca de R$ 100 bilhões, desconsiderando impostos, encargos e tarifas de uso do sistema de distribuição e transmissão. Segundo a Abraceel, esse mercado tem desempenhado um papel fundamental no estímulo ao desenvolvimento de fontes renováveis de energia. Ele absorveu significativas porcentagens da energia gerada por diferentes fontes, como 49% de usinas eólicas, 59% de solares centralizadas, 77% de usinas a biomassa e 58% de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).
É relevante destacar que boa parte do consumo no mercado livre é suprida por grandes hidrelétricas, o que confere à matriz energética desse mercado um caráter predominantemente renovável. Esse cenário é fundamental no contexto das discussões sobre sustentabilidade e transição para fontes mais limpas de energia.
Analisando a distribuição regional do consumo no mercado livre, observa-se que estados como Pará e Minas Gerais se destacam, com mais da metade da eletricidade demandada mensalmente provinda desse mercado. Em números, o Pará registrou 55% e Minas Gerais 53% de sua eletricidade proveniente do mercado livre. Essa tendência é seguida por outros estados como Paraná, Maranhão, São Paulo, Santa Catarina, Bahia e Rio Grande do Sul, todos com parcelas significativas de consumo provenientes do mercado livre de energia elétrica.