Cresce número de varejistas que oferecem alternativas para médios e pequenos consumidores que querem sair do mercado cativo
O potencial da abertura do mercado livre para consumidores abaixo dos 500 kW mantém em alta o interesse das comercializadoras. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) registrou 472 delas no primeiro semestre (44 são varejistas, ante 34 em igual período de 2021) e outras 20 estão em processo de habilitação.
Segundo o conselheiro Marcelo Loureiro, além do varejista, negócios como suprimento de última instância para substituir fornecedor inapto e agregação de medição, para reunir e tratar informações, devem ser regulados e criados em curto espaço do tempo. Ele estima o potencial de migração de 85 milhões de unidades consumidoras ao fim do processo. Já para o VP de estratégia e comunicação da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Bernardo Sicsú, a tendência é a energia ser comprada e administrada por aplicativo, com sugestões para participação de programas de resposta da demanda, economia de energia em horários de pico e transferência do consumo para momentos mais econômicos.
“Vai surgir varejista com digitalização, migração, serviços combinados com venda de plano de saúde ou seguros, milhas, cashback ou descontos em supermercados e postos de combustíveis”, avalia. Já começam a surgir empresas para comparação de preços, monitoramento de requisitos de consumo, além de marketplaces e empresas de eficiência energética, diz.
Quem já atua na área está se equipando. A Elétron Energy é atacadista, consultora para inteligência e eficiência energética e geradora com PCH na Bahia e parques solares em Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, Maranhão e Pará, que até 2023 somarão 125 MW. Compra energia de terceiros, majoritariamente renovável, e para chegar ao novo mercado, adquiriu a Juntos, que atua com geração distribuída. “Isso prepara para o boom de migração”, diz o CEO André Cavalcanti.
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