O mercado livre de energia elétrica teve um início agitado em 2024, com mais de 5 mil novos consumidores migrando para esse ambiente no primeiro trimestre do ano, conforme indicado pelo balanço da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Esse número ultrapassou o total de adesões registradas ao longo de todo o ano de 2022, demonstrando um ritmo acelerado de migrações. No total, o mercado livre encerrou março com um acumulado de 43.540 unidades, um aumento significativo em relação ao mesmo período de 2023, com 10 mil novas unidades.
A CCEE atribui esse aumento expressivo no ritmo de migrações à flexibilização dos critérios de acesso ao mercado livre. Desde janeiro, consumidores de energia em média e alta tensão com demanda inferior a 500 kW podem aderir ao Ambiente de Contratação Livre (ACL). A modalidade de varejo, adotada por cerca de 72% dos novos aderentes, permite que um comercializador varejista represente o cliente, facilitando o ingresso, gerenciando os contratos e assumindo os riscos envolvidos na compra e venda de eletricidade.
Os estados do Sudeste e Sul do Brasil lideram o ranking de migrações para o mercado livre no primeiro trimestre de 2024. São Paulo se destaca com 1.731 novos consumidores, seguido pelo Rio de Janeiro (563) e Rio Grande do Sul (480). Dentre os ramos de atividade, os setores de Comércio, Serviços e Manufaturados Diversos apresentaram maior número de migrações para o mercado livre.
O mercado livre oferece aos consumidores uma liberdade de escolha significativa, permitindo que decidam de quem querem adquirir energia elétrica, personalizem o atendimento e negociem condições como fonte de energia e prazos. Atualmente, o ACL representa 38% do consumo total de energia elétrica no Brasil, e a expectativa é que continue crescendo nos próximos meses, conforme indicado pelos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que registrou um grande número de solicitações de migração para os próximos anos.