As restrições comerciais e as mudanças nas políticas e regulamentações estão impulsionando iniciativas para expandir a produção de equipamentos de energia solar fora da China, que atualmente domina mais de 80% da indústria fotovoltaica global. De acordo com um relatório da consultoria InfoLink Consulting, essas iniciativas estão sendo vistas principalmente no sudeste da Ásia, nos Estados Unidos, no Oriente Médio, na Índia e na Europa.
A demanda global por painéis solares atingiu 467 GW em 2023 e deve crescer cerca de 10% em 2024, chegando a entre 492 e 538 GW. Esse aumento será impulsionado por países como China, Europa, EUA, Brasil e Índia.
A China, mesmo enfrentando barreiras comerciais e mudanças regulatórias em alguns mercados, deve manter sua posição dominante na produção de painéis solares no curto e médio prazo.
No sudeste da Ásia, fabricantes têm se concentrado em atender a demanda do mercado dos EUA, contornando as restrições impostas às importações de produtos chineses. Porém, novas regras a partir de junho de 2024 podem complicar essa estratégia, incentivando muitos fabricantes a expandir suas operações para fora da China.
Nos EUA, o segundo maior mercado de energia solar do mundo, fabricantes estão buscando expandir sua capacidade de produção local, com apoio de políticas de subsídios. A capacidade de produção de células fotovoltaicas deve ser limitada, mas a produção de módulos tem registrado um crescimento expressivo nos últimos anos.
O Oriente Médio também se destaca como um mercado promissor para a energia solar, com investimentos locais e a possibilidade de exportação para os EUA. Empresas chinesas estão se associando a empresas locais para estabelecer fábricas de equipamentos solares na região.
Na Índia, políticas de incentivo à produção doméstica estão sendo implementadas, com planos para uma produção verticalmente integrada. No entanto, o ritmo de expansão pode ser afetado por questões tecnológicas e de importação de equipamentos.
Na Europa, embora haja considerações para reduzir a dependência de painéis chineses, a capacidade de produção local ainda não atende à demanda. Barreiras comerciais podem resultar em aumento de preços dos módulos europeus, afetando projetos e a transição energética. A União Europeia busca reduzir essa dependência por meio de políticas de incentivo, mas a incerteza política ainda influencia as decisões de expansão das empresas.