Em 2023, o Brasil alcançou um marco significativo na produção de energia renovável, conforme indicado por um estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A geração combinada de usinas hidrelétricas, eólicas, solares e de biomassa atingiu um recorde de 70.206 megawatts médios, representando impressionantes 93,1% de toda a eletricidade produzida no país ao longo do ano.
De acordo com a pesquisa, as hidrelétricas contribuíram com quase 50 mil megawatts médios para o Sistema Interligado Nacional (SIN), registrando um crescimento de 1,2% em comparação com o ano de 2022. Ao encerrar o ano, essas usinas apresentaram níveis de reservatório confortáveis, preparando-se para enfrentar o período seco de 2024. Essa estabilidade foi possível devido ao cenário hídrico favorável dos últimos dois anos e à integração bem-sucedida de fontes alternativas, como energia eólica e solar.
Conjuntamente, os parques eólicos e as fazendas solares distribuídas pelo território brasileiro geraram mais de 13 mil megawatts médios em 2023, registrando um aumento significativo de 23,8% em comparação ao ano anterior. A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) atribui esse avanço ao cenário climático favorável, especialmente para a produção de energia solar, e à entrada de novas usinas no Sistema Interligado Nacional (SIN), elevando a capacidade instalada dessas fontes para mais de 42,6 mil MW, equivalente a três usinas do porte de Itaipu.
A geração de energia a partir da biomassa, utilizando principalmente o bagaço da cana-de-açúcar como matéria-prima, alcançou 3.218 megawatts médios, apresentando um leve aumento de 9,6% em relação a 2022.
No âmbito da geração distribuída, representada por micro e minigeração em residências e estabelecimentos comerciais por meio de painéis solares, a capacidade instalada cresceu de 18.120 MW em dezembro de 2022 para 25.818 MW no final de 2023, refletindo um notável avanço de 42,5%.
No ano passado, a geração distribuída alcançou um volume de 4.140 megawatts médios, indicando um notável crescimento de 63,9% em comparação com 2022. A maior parte desse montante foi produzida em estados como Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) destaca a importância dessa modalidade, enfatizando que contribui significativamente para a redução da demanda no Sistema Interligado Nacional. Isso ocorre porque os consumidores geram sua própria energia. Caso não existisse essa forma de geração, o consumo no mercado regulado teria sido 5,9% maior em comparação com o ano anterior, sob as mesmas condições. Isso contrasta com o crescimento oficialmente registrado de 2,5% no consumo do mercado regulado.