A geração de energia solar das usinas fotovoltaicas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) teve um salto notável na primeira quinzena de maio, registrando um crescimento de 45,6%, atingindo 3.103 megawatts médios (MWmed), em comparação aos 2.131 MWmed do mesmo período em 2023. Esses dados preliminares são fruto da análise da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Além desse aumento expressivo na energia solar, as usinas eólicas também apresentaram um avanço considerável de 48,2% durante o mesmo intervalo, enquanto as hidrelétricas mantiveram-se estáveis. Por outro lado, as térmicas tiveram uma redução de 4,8%. No total, a geração de energia no SIN alcançou a marca de 74,311 MW médios, um incremento de 6,3% em relação ao período anterior.
Segundo a CCEE, o consumo de energia elétrica no SIN também teve um aumento significativo de 7,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. Ao analisar os ambientes de contratação de energia, observou-se que o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) teve um crescimento de 12,6%, enquanto o Ambiente de Contratação Livre (ACL) teve uma oscilação negativa de 0,6%.
Em termos de setores econômicos, os ramos de serviços (6,8%), transporte (5,6%) e indústrias de madeira, papel e celulose (3,3%) apresentaram os maiores crescimentos.
Quanto à distribuição regional, chamou a atenção a queda no consumo de energia no estado do Rio Grande do Sul, que apesar do aumento no consumo do ACR, principalmente devido à estimativa de dados pela CCEE, registrou declínio em todos os setores.
Essa dinâmica é explicada pela análise das condições climáticas no Brasil. Durante a primeira metade de maio, um sistema de alta pressão sobre o Sudeste impediu a movimentação de sistemas frontais sobre a região, limitando as chuvas e reduções de temperaturas ao Sul do país. As chuvas intensas no início do mês ocasionaram problemas como enchentes e deslizamentos em diversas cidades gaúchas, levando ao decreto de situação de calamidade pública.
As precipitações foram potencializadas por uma frente fria sobre o Rio Grande do Sul, impulsionada pelo transporte de ar quente e úmido de regiões amazônicas. A CCEE registrou acumulados de chuva superiores a 400 mm entre os dias 1 e 5 de maio em algumas áreas, valor que ultrapassa três vezes o normal para o mês inteiro.
Apesar das chuvas subsequentes, com volumes menores, contribuírem para um aumento nas vazões, o cenário de umidade do solo e as condições climáticas ainda impactam os níveis dos rios na região de Porto Alegre e arredores.