O Brasil deve adicionar 115 GW de capacidade instalada de geração de energia elétrica até 2034, segundo um relatório da consultoria Wood Mackenzie. A expansão será impulsionada principalmente pela demanda do mercado livre de energia, com destaque para as fontes solar e eólica.
Projetos de geração solar, tanto distribuída quanto centralizada, deverão somar 61 GW em capacidade instalada na próxima década, enquanto as usinas eólicas devem adicionar 24 GW. Dessa forma, a energia solar será responsável por mais de 53% do acréscimo total de capacidade de geração.
O mercado livre de energia deve crescer mais de 100% nos próximos dez anos. A abertura gradual do Ambiente de Contratação Livre (ACL) tem criado uma competição entre geração centralizada e distribuída. No entanto, a expectativa de que consumidores residenciais se tornem elegíveis para o mercado livre pode desacelerar o crescimento da geração distribuída a partir do final da década.
Marina Azevedo, analista sênior da Wood Mackenzie, ressalta que enquanto o mercado não for totalmente aberto aos consumidores residenciais, a geração distribuída continuará sendo um modelo de negócios lucrativo, sustentado pelo aumento das tarifas de energia elétrica.
No longo prazo, a geração solar centralizada deverá ganhar mais espaço, impulsionada pela adoção de sistemas de armazenamento com baterias e novas demandas, como o hidrogênio verde, prevê o relatório.
O estudo também destaca que a energia hídrica continuará a ser a base do sistema elétrico brasileiro, enquanto as fontes eólica e solar serão responsáveis por 71% do acréscimo de capacidade até 2050. A geração distribuída solar deve registrar um crescimento composto anual de 10% ao longo da próxima década.
O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicaram recentemente o Caderno de Demanda de Eletricidade do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034, que projeta o consumo de eletricidade totalizando 774 TWh em 2034, com uma expansão média de 3,5% ao ano.
Nesse cenário, o consumo industrial representará 34% do total, enquanto o consumo residencial deverá crescer 3% ao ano, alcançando 226 TWh em 2034, com uma média de 91 milhões de consumidores residenciais. O consumo no comércio e serviços deve crescer 4,4% ao ano, atingindo 157 TWh em 2034. O consumo agregado de outras classes, como rural e poder público, deverá crescer 4,3% ao ano.
Fonte: PortalSolar