A fonte solar atingiu a marca de 18 GW em operação no Brasil na geração distribuída (GD) nesta quarta-feira (01/03), mostram dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apurados pelo Portal Solar. A modalidade, que permite que consumidores brasileiros produzam a própria energia elétrica, soma 1,72 milhão de sistemas fotovoltaicos, beneficiando 2,24 milhões de consumidores.
A marca foi registrada um mês após o setor chegar a 17 GW. Somente nos últimos doze meses, o segmento ganhou 7 GW e mais de 1 milhão de unidades consumidoras no País. O crescimento foi impulsionado por instalações residenciais, que responderam por 4 GW da potência adicionada. Em termos regionais, o mercado com maior destaque no período foi o Sudeste, com 2,5 GW.
Nos dois primeiros meses do ano, já foram acrescentados quase 100 mil sistemas fotovoltaicos, somando 927 MW de capacidade instalada. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) prevê que a GD solar atinja 21,6 GW no País ao final de 2023.
De acordo com a entidade, a GD solar já gerou cerca de R$ 92,1 bilhões em investimentos e mais de 540 mil empregos acumulados no Brasil desde 2012. No período, o mercado ainda trouxe uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 27,4 bilhões. A entidade aponta que a tecnologia já está presente em 5.523 municípios e em todos os estados brasileiros.
Regulamentação do mercado
O presidente do conselho de administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, defende que, para o Brasil se tornar a potência sustentável que se almeja, precisa inverter a lógica das políticas energéticas historicamente implementadas no território nacional.
“É preciso diminuir subsídios, incentivos e desonerações às fontes fósseis, que somaram, apenas em 2021, mais de R$ 118 bilhões, e aumentar o apoio às fontes limpas e renováveis, bem como em novas tecnologias como o hidrogênio verde e o armazenamento energético, por exemplo. É nesta direção que o mundo caminha e é isso que a sociedade brasileira e a comunidade internacional esperam de nossos líderes”, apontou Koloszuk.
Na visão da entidade, com a regulamentação da Lei 14.300, a geração própria de energia renovável conquistou segurança jurídica e estabilidade regulatória, fundamentais para manter o avanço do setor e a democratização da energia solar no Brasil.
“Portanto, fica a mensagem para toda a sociedade brasileira: regulamentada a lei, o consumidor tem a clareza de que a geração própria de energia solar é, e continuará sendo, uma excelente solução para economizar na conta de luz e ainda contribuir para a sustentabilidade do Brasil”, ressaltou o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia.
“O avanço da geração própria de energia solar também ajuda a baratear a conta de luz de todos os consumidores, os que têm e que não têm sistemas solares. Segundo estudo recente da consultoria especializada Volt Robotics, na próxima década, a geração própria de energia solar deve reduzir a conta de luz no País em cerca de 5,6%”, acrescentou Sauaia.