A Elétron Energy, comercializadora e geradora de energia com sede em Recife (PE), comprou uma fatia majoritária na startup Enercred, que vende assinaturas de energia limpa ao consumidor final. Com a aquisição, a Elétron busca avançar no segmento de consumidores residenciais e comerciais de pequeno porte e alcançar presença nacional nos próximos anos.
De acordo com o presidente da Elétron, André Cavalcanti, o plano é chegar a 1 milhão de consumidores em todo o país, com conta média mensal de luz de R$ 300, entre 2025 e 2026. Até essa data, a empresa planeja já ter investido R$ 1,6 bilhão em novos parques de geração solar, com potência conjunta de 400 megawatts-pico (MWp).
“A Elétron faz os parques e será o principal fornecedor de energia (100% solar, neste caso). A Enercred entra com os clientes, vendendo o crédito de energia no varejo”. explicou Cavalcanti, que também é fundador da Elétron Energy.
O valor da aquisição não é revelado, mas a maior parte dos recursos, cerca de 80%, será aportado no caixa da Enercred com vistas a ampliar a base de clientes. Outros 20% foram pagos a sócios da Enercred, que permaneceram como minitários, entre os quais o fundador da startup, José Otávio Bustamante.
A Enercred conta com 20 mil clientes e já arrendava uma fazenda solar da Elétron em Minas Gerais. pelo modelo atual, os clientes pagam uma manesalidade em planos de 12 a 36 meses e têm acesso a créditos vindos do parque solar, com desconto de até 20% na conta de luz.
Em 2022, além de Minas Gerais onde já atua, a Enercred vai oferecer as assinaturas de energia a clientes de Pernambuco, Maranhã e Pará. A Elétron por sua vez, terá mais 15MWp de energia solar gerada em seus parques e está arrendando mais 15 MWp, em Minas Gerais, para atender esses Estados. Nos anos seguintes, haverá expansão para os demais Estados brasileiros. Em São Paulo, a meta é chegar em 2024.
Conforme Cavalcanti, parte dos R$ 1,6 bilhão que serão investido em geração até 2026 virá do caixa da Elétron e parte será financiada. A empresa tem avaliado diferentes alternativas de captação de recursos, incluindo umapossível oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) ou fusão. Há conversas em andamento com um potencial investidor estratégico, mas não há decisão tomada até o momento.
Na avaliação de Cavalcanti, a migralção dos consumidores para o mercado livre de energia, com a amplicação do acesso, é uma tendência que veio para ficar. “A conta de luz está pesando no bolso das famílias e o consumidor quer ter direito de escolha. Isso, ao mesmo tempo, contribui para o fortalecimento do mercado livre”, afirmou.
As conversas que culminaram na aquição da Enercred tiveram início de três a quatro meses e nasceram da percepção que havia oportunidade de construção de novos parques com a expansão da carteira de consumidores finais.
Na enercred, os recursos aportados após a aquisição serão direcionados principalmente a tecnologia – software e aplicativo -, para facilitar a experiência do consumidor. Haverá investimento também em marketing, disse Cavalcanti. Com 1.500 MW médios comercializados por mês, a Elétron tem mais de 600 clientes e, hoje, fornece energia gerada em 17 usinas solares fotovoltaica e três centrais geradoras hidrelétricas (CGHs).