O setor de data centers no Brasil tem se mostrado um grande consumidor de energia renovável. Nos últimos três anos, empresas do ramo fecharam contratos de compra de energia limpa no valor de R$ 7,7 bilhões, segundo levantamento da consultoria CELA. Esse montante equivale a 330 megawatts médios negociados no mercado livre de energia.
A alta demanda por energia limpa por parte dos data centers se deve à crescente necessidade de processamento de dados e à busca por operações mais sustentáveis. A maior parte dos contratos fechados foi para projetos de autoprodução de energia, nos quais as empresas geram sua própria eletricidade a partir de fontes renováveis como a solar e a eólica.
“O Brasil se destaca como um polo atrativo para o desenvolvimento de data centers, graças à abundância de recursos naturais para geração de energia limpa e a um mercado competitivo”, afirma Camila Ramos, CEO da CELA. A consultora destaca que a perspectiva é de crescimento ainda maior nos próximos anos, com a chegada de novas empresas internacionais ao país.
Contratos de longo prazo em alta
Os contratos de longo prazo para compra de energia renovável têm se mostrado cada vez mais populares entre os grandes consumidores, incluindo os data centers. Em 2023, foram registrados 23 novos acordos desse tipo, totalizando 969 megawatts médios contratados.
O aumento da procura por contratos de longo prazo é impulsionado pela busca por maior previsibilidade nos custos de energia e pela necessidade de garantir o abastecimento de projetos de grande porte.
Financiamento em alta
O setor de energia renovável também tem recebido um volume crescente de investimentos. Em 2023, os projetos de energia solar e eólica receberam financiamentos de R$ 5,4 bilhões, segundo a CELA.
Crescimento do mercado
Desde 2017, a CELA tem mapeado os contratos de longo prazo para energia eólica e solar no Brasil. Nesse período, foram identificados 140 acordos, representando uma capacidade instalada de 14,3 gigawatts.