Brasil pode acrescentar 217 GW em capacidade solar e eólica até 2030

Brasil pode acrescentar 217 GW em capacidade solar e eólica até 2030

O Brasil poderá acrescentar 217 GW em capacidade ew geração solar e eólica até 2030, mostra análise do Global Energy Monitor (GEM). Esse potencial seria atingido caso todos novos projetos de grande porte (geração centralizada) previstos no País forem concretizados até o final da década.

Conforme o estudo, o Brasil conta com capacidade eólica prospectiva de 160 GW e 57 MW de solar fotovoltaica. Atualmente, as duas fontes somam cerca de 32 GW, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O mercado nacional ainda conta com 18 GW de geração solar distribuída.

A coordenadora do Plano Nordeste Potência, Cristina Amorim, avalia que o relatório reforça o potencial do Brasil, em especial do Nordeste, para se tornar um dos líderes mundiais em energia renovável. “Mas antes o país precisa fazer algumas lições de casa – em especial, planejar a expansão lado a lado e com o respeito a comunidades rurais e tradicionais, além de cuidar dos impactos ambientais. É uma oportunidade para crescer de forma sustentável e responsável.”

O gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), Ricardo Baitelo, destaca que a análise aborda como esse cenário de expansão favorece também o impulso ao hidrogênio verde.

“Neste caso, não estamos mais falando apenas de descarbonizar a matriz elétrica do Brasil, mas também a matriz energética, incluindo transportes e indústria. Isso pode nos ajudar a ter uma NDC [meta sob o Acordo de Paris] mais ambiciosa, permitindo que a América Latina ajude o mundo a fechar o intervalo que ainda existe entre os compromissos climáticos dos países, e aquilo que precisa ser reduzido para manter o aquecimento abaixo de 1,5C”, completou Baitelo.

América Latina

No cenário projetado, o Brasil lideraria o crescimento das renováveis na América Latina, que acrescentaria 319 GW até 2030, um aumento de 460% na capacidade instalada de energia solar e fotovoltaica. Com isso, a região ficaria atrás apenas da Ásia Oriental, onde a China é o país-líder em adições futuras.

Conforme o GEM, com uma capacidade conjunta de mais de 57 GW, Brasil, Chile, Colômbia e México representam quase 84% dos 69 GW existentes de parques solares e eólicos em grande escala que estão atualmente em operação na região.

Mas enquanto Brasil, Chile e Colômbia estão na vanguarda da corrida das energias renováveis, o México ficou para trás e só deve atingir 70% de sua promessa de trazer 40 GW de energia solar e eólica até 2030, mesmo que todos os projetos previstos entrem em operação.

“Embora a energia solar distribuída possa estar no cerne da transição para as energias renováveis na América Latina, a região também está em um ponto de inflexão importante quando se trata de apoiar projetos de grande escala que poderiam transformá-la em uma gigante global de energia”, avalia a gerente de projetos do Global Solar Power Tracker, o rastreador de projetos solares da GEM, Kasandra O’Malia.

Confira os cinco principais países da América Latina em termos de possíveis adições (em projeto ou anunciados) à capacidade de produção solar e eólica em grande escala:

1º Brasil (217 GW)

2º Chile (38 GW)

3º Colômbia (37 GW)

4º Peru (10 GW)

5º México (7 GW)

Confira os cinco principais países da América Latina em termos de produção em operação de energia solar e eólica:

1º Brasil (27 GW)

2º México (20 GW)

3º Chile (10 GW)

4º Argentina (5 GW)

5º Uruguai (2 GW)

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