O Brasil está se destacando como líder na transição energética global, conforme afirmou Espen Mehlum, diretor de inteligência de transição energética e aceleração regional do Fórum Econômico Mundial. Durante a terceira reunião do grupo de trabalho de transições energéticas do G20 em Belo Horizonte, Mehlum destacou que o país tem muito a ensinar, especialmente às economias emergentes.
Segundo o estudo do Fórum Econômico Mundial de 2023, que classifica as nações mais avançadas na transição energética, o Brasil ocupa a 14ª posição entre 120 países. Além disso, é o país mais bem posicionado na América Latina e nas economias emergentes. Mehlum antecipa que o Brasil continuará aprimorando sua posição no próximo relatório de 2024.
O diretor destacou três fatores que contribuem para o papel de liderança do Brasil na transição energética global: sua matriz energética majoritariamente composta por fontes renováveis, o histórico de investimentos em biocombustíveis e a eficácia das instituições e da cooperação entre elas.
Apesar desses avanços, o Brasil enfrenta desafios, especialmente relacionados ao alto custo de capital necessário para a transição energética. Mehlum apontou que esse aspecto é crucial, considerando os bilhões de dólares necessários para investimentos nessa área.
Sobre a importância do Brasil no cenário global, Mehlum ressaltou que o país tem sido um líder na entrega de sustentabilidade, equidade e segurança energética. Além disso, destacou iniciativas brasileiras como os leilões de energia renovável e programas como o Luz Para Todos, que podem servir de exemplo para outras economias.
Por fim, o diretor abordou o papel da inteligência artificial (IA) na aceleração da transição energética, mencionando a oportunidade para otimizar ativos, economizar energia e a eficiência energética por meio dessa tecnologia. No entanto, ele também levantou questões sobre o consumo de energia necessário para alimentar data centers, apontando desafios e oportunidades nesse sentido para o Brasil.