O Governo Federal está mapeando a cadeia produtiva do setor de energia solar para atrair fabricantes de equipamentos fotovoltaicos e baterias ao Brasil. Essa ação faz parte do programa Nova Indústria Brasil, lançado este ano para estimular setores da economia, e será executada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
“Nós queremos atuar em conjunto com a Absolar [Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica] para identificar as lacunas na cadeia produtiva e trazer a fabricação de equipamentos ao Brasil”, afirmou Carlos Padilha, diretor de investimentos da ApexBrasil, durante um evento em São Paulo promovido pela Absolar e a China Photovoltaic Industry Association (CPIA).
Padilha ressaltou que o Brasil já é um dos principais mercados de energia solar do mundo e que o desenvolvimento de projetos de geração solar é uma prioridade do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Isso abre oportunidades para a fabricação de conteúdo local, além de cooperação com a China, Europa e Estados Unidos.
Ele destacou que quase todos os equipamentos do mercado solar são importados atualmente. “O Brasil é o segundo maior comprador de módulos fotovoltaicos do mundo e produtor de matérias-primas essenciais para essa indústria. Precisamos avançar além do comércio”, disse Padilha.
Daniel Pansarella, country manager da Trina Solar no Brasil, alertou que a fabricação de painéis solares no país depende da produção local de insumos como vidro, silício e células. “Antes de falar em indústria de painéis, precisamos desses materiais. Gostaríamos de participar do desenvolvimento, mas ainda não é viável.”
Padilha concordou, destacando a orientação do governo federal para apoiar o setor de minerais críticos para a transição energética e a transformação desses minerais em insumos para a indústria solar. Ele também enfatizou a necessidade de formar mão-de-obra qualificada para produzir módulos e inversores no Brasil.
A conferência na FIESP reuniu representantes das entidades, governos brasileiro e chinês e do setor privado, discutindo novas oportunidades de negócios, atração de investimentos e intercâmbio tecnológico entre os dois países. Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, destacou a importância da colaboração entre Brasil e China para o crescimento da energia solar.
Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, afirmou que a relação bilateral visa criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de novos negócios e promover sinergias para o crescimento da energia solar nos mercados brasileiro e chinês. “A China é referência mundial em tecnologia solar fotovoltaica, com um enorme potencial de gerar empregos verdes, atrair investimentos e proteger o meio ambiente”, concluiu Koloszuk.
Fonte: PortalSolar