O Brasil deu um grande passo rumo à transição energética. O país atingiu a marca de 50 gigawatts (GW) de potência instalada em energia solar, consolidando-se como um dos maiores players globais nesse setor. A conquista é resultado de mais de uma década de investimentos e esforços para diversificar a matriz energética brasileira.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a energia solar já representa 20,7% da capacidade instalada do país e evitou a emissão de mais de 60 milhões de toneladas de CO2. Além disso, o setor gerou mais de 1,5 milhão de empregos e injetou bilhões de reais na economia brasileira.
Mas esse cenário de sucesso pode estar ameaçado. Em novembro, o governo federal aumentou o imposto de importação sobre painéis solares, o que encareceu significativamente os sistemas fotovoltaicos e impactou diretamente os investimentos e o crescimento do setor.
A Absolar alerta que essa medida, tomada de forma unilateral, sem diálogo com o mercado e a sociedade, pode ter consequências graves para a economia e o meio ambiente. O aumento dos custos pode desacelerar a instalação de novas usinas solares, reduzir a geração de empregos e prejudicar a competitividade do Brasil no cenário internacional.
Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, expressou sua preocupação com a medida: “Por mais que os 50 GW sejam motivo de comemoração, a medida do governo mancha a trajetória de sucesso da energia solar no Brasil e ameaça os investimentos atuais e futuros.”
Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, reforça que políticas protecionistas como essa vão na contramão dos esforços globais para combater as mudanças climáticas. “Saímos da COP 29 e agora o Brasil se prepara para sediar a COP 30. No entanto, com essa medida contrária à energia solar, o país se distancia da posição de liderança e protagonismo na geopolítica do combate ao aquecimento global”, afirmou.
O futuro da energia solar no Brasil está em jogo. A decisão do governo federal de aumentar o imposto sobre painéis solares coloca em risco um setor que tem demonstrado grande potencial de crescimento e contribuição para o desenvolvimento sustentável do país. É fundamental que o governo reveja essa medida e adote políticas que incentivem a geração de energia solar e a transição para uma matriz energética mais limpa e renovável.
