O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou, nesta segunda-feira (20), o relatório síntese do seu atual ciclo de avaliações sobre o avanço do aquecimento global no mundo.
O documento traz um resumo final dos últimos seis relatórios elaborados pelo painel, reconhecido mundialmente como a fonte mais confiável de informações sobre as mudanças climáticas mundiais.
Nele, os pesquisadores alertam que os constantes aumentos nos volumes de emissões de gases tóxicos na atmosfera ameaçam cada vez mais a vida humana e a natureza em todo o planeta.
Contudo, entre suas principais conclusões, o estudo – assinado por 93 cientistas – aponta que ainda há esperança, já que existem opções viáveis e eficazes para que o planeta reduza globalmente as emissões de poluentes, embora muito precise ser feito.
A principal delas é a intensificação ainda maior e com mais urgência à chamada transição energética, com a energia solar e eólica tendo um papel fundamental para reduzir as emissões a curto prazo, especificamente até 2030.
Segundo o IPCC, o grande desafio mundial é fazer com que o aquecimento global não ultrapasse o limite de 1,5°C até o fim do século. Para isso, contudo, o mundo precisaria reduzir as emissões de carbono em 48% até 2030 e até 99% até 2050.
Alerta para o Brasil
Para o WWF Brasil, organização não governamental que atua em prol da preservação do meio ambiental, o relatório apresentado é um duro recado ao governo brasileiro e às petroleiras que pretendem aumentar a exploração de combustíveis fósseis no país.
Segundo a mais recente edição do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima), o Brasil emitiu 2,42 bilhões de toneladas de CO2 em 2021, um aumento de 12,2% em relação a 2020, sendo essa a maior alta em quase duas décadas.