
Geração solar cresce 22% em junho e reforça protagonismo das renováveis
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Maria Gestão
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A energia solar segue ganhando força no Brasil. Na primeira quinzena de junho de 2025, a geração das usinas fotovoltaicas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou crescimento de 22,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 3.381 megawatts médios (MWmed), segundo dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Outras fontes também apresentaram variação no período: a geração térmica cresceu 5,1% e a eólica 2,2%, enquanto as hidrelétricas tiveram queda de 5,2%. No total, a produção de energia no SIN somou 69.318 MWmed — recuo de 1,2% frente à quinzena equivalente de 2024.
Consumo de energia em queda
O consumo de energia elétrica no SIN também caiu, fechando a quinzena com 65.164 MWmed — queda de 2,6%. O recuo foi maior no Ambiente de Contratação Livre (ACL), com retração de 4%, enquanto no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) a redução foi de 1,5%.
Entre os destaques regionais, Maranhão (+10,8%), Acre (+4,4%) e Santa Catarina (+3,7%) registraram os maiores aumentos no consumo. Já os maiores recuos foram no Rio de Janeiro (-17,6%), Tocantins (-17,1%) e Mato Grosso do Sul (-11,9%).
No recorte por setor, a indústria de extração de minerais metálicos (+2,4%) e o setor automotivo (+2,4%) avançaram, enquanto comércio (-10,7%), telecomunicações (-9,9%) e saneamento (-9,3%) puxaram as quedas.
ONS alerta para aumento dos cortes na geração renovável
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) divulgou um relatório técnico com projeções sobre o aumento dos cortes de geração renovável — prática conhecida como curtailment, que ocorre quando a produção de energia excede a demanda, especialmente em horários de alta geração solar.
O documento projeta um crescimento dos cortes entre 2026 e 2029, impulsionado pela expansão acelerada da capacidade instalada frente ao ritmo da demanda. A tendência é que a entrada de novas usinas com contratos firmados pressione ainda mais o sistema, principalmente em regiões com infraestrutura de escoamento limitada.
Para enfrentar esse desafio, o ONS propõe ajustes no marco regulatório e melhorias na controlabilidade da geração distribuída. Segundo Alexandre Zucarato, diretor de Planejamento do ONS, será necessário revisar normas e políticas públicas para garantir equilíbrio entre expansão, eficiência e operação do sistema.