Órgão propõe a União Europeia medidas para aumentar a resiliência e minimizar as dificuldades para os consumidores vulneráveis
A dependência da Europa pelo gás natural russo foi novamente colocada em evidência após a invasão das tropas russas à Ucrânia em 24 de fevereiro.
Somente em 2021, a União Europeia importou cerca de 140 bcm (bilhões de metros cúbicos) de gás por gasoduto do país soviético.
Além disso, outros 15 bcm foram entregues na forma de GNL (gás natural liquefeito), totalizando assim 155 bcm importados da Rússia ao longo do ano passado.
Trata-se de um montante que representa cerca de 45% das importações de gás da União Europeia em 2021 e quase 40% do seu consumo total de gás.
Em comunicado, a AIE (Agência Internacional de Energia) propôs uma série de medidas que já podem ser tomadas pelos demais países europeus para aumentar a resiliência da rede de gás e minimizar as dificuldades para consumidores vulneráveis.
Entre as medidas listadas pelo órgão internacional, está a implantação de novos projetos de energia solar e eólica, cujas tecnologias, no entendimento da entidade, seriam capazes de reduzir o uso de gás russo no velho continente em 6 bcm por ano – cerca de 3,9% do volume total que foi importado em 2021.
O comunicado também destaca a importância do continente acelerar o investimento em tecnologias limpas e eficientes o quanto antes. “Quanto mais rápido os formuladores de políticas da União Europeia procurarem se afastar do fornecimento de gás russo, maiores serão as implicações potenciais em termos de custos econômicos e/ou emissões de curto prazo”, destaca o documento da AIE.